Seguindo essa estratégia, a geração subsequente teria que ser "tick", isto é, deveria manter como base a arquitetura implementada nos chips Skylake, mas ter nova tecnologia de fabricação - de 10 nanômetros. Porém, segundo o anúncio de hoje, essas unidades, batizadas como Kaby Lake, continuarão tendo processo de 14 nanômetros.
De acordo com a Intel, processadores com 10 nanômetros (codinome Cannonlake) aparecerão, mas somente no segundo semestre de 2017. É praticamente o fim da estratégia "tick-tock" e, com efeito, uma aproximação dos limites da Lei de Moore.
Em 1965, Gordon Earl Moore, um dos fundadores da Intel, publicou um artigo que dizia que a quantidade de transistores que podem ser colocados nos chips aumentaria 100% a cada período de 18 a 24 meses. Isso é possível com a miniaturização, processo que permite que mais transistores ocupem espaço no chip sem aumentar as dimensões físicas deste.
A migração para a tecnologia de 14 nanômetros foi mais desafiadora do que os engenheiros da Intel esperavam. A transição anterior, para chips com 22 nanômetros, também deu muito trabalho. Não é diferente no cenário atual: o principal fator para o adiamento dos processadores de 10 nanômetros é justamente a complexidade técnica relacionada.
Pode ser que a Lei de Moore esteja realmente chegando ao fim da linha, mas isso não quer dizer que não há mais espaço para avanços. Na semana passada, a IBM anunciou protótipos de chips com 7 nanômetros. A companhia espera que essa tecnologia esteja disponível comercialmente a partir de 2018.
Na Intel, também há planos para chips com esse grau de miniaturização, mas a companhia ainda não fala em prazos. Pudera: tamanha sofisticação exige esforços em várias frentes. É necessário, por exemplo, que haja maquinário específico para a produção de chips em cada nível de litografia. Normalmente, esses equipamentos não têm fabricação própria. Seu fornecimento é feito por companhias (como a ASML) que também precisam de tempo para se adaptar às novas demandas.