Review IGN de God of War III

Quando o IGN EUA fez o primeiro review de God of War 3, no PlayStation 3, em 2010, a nota dada foi um "incrível" 9,3. Veja o que foi dito na época:
“God of War 3 é um ótimo fim para a trilogia de Kratos nos consoles. Não é perfeito, pois a progressão e narrativa são desproporcionais em determinados pontos, mas é um pacote incrível como um todo. O combate é excelente e mais sangrento do que nunca, além de ser um dos jogos mais bonitos já lançados. Ainda acredito que God of War II é o melhor dos três, mas a Sony Santa Monica fez um bom trabalho no encerramento da jornada por vingança de Kratos."
God of War 3 Remastered para PlayStation 4 recaptura a emoção do original, graças à resolução 1080p, um frame rate mais estável que fica em torno dos 60 quadros, texturas e efeitos de luz em alta definição. Esses toques gráficos fazem da missão de vingança de Kratos ainda mais sangrenta (mas não o suficiente para ficar com cara de um jogo feito especialmente para o PS4). O enredo "mé" permanece como um ponto fraco, mas o excelente sistema de combate e ação me fizeram lembrar bem porque gosto tanto dessa série cheia de violência.
God of War 3 é um título no mínimo estranho para a Sony começar a remasterizar a franquia, pois começa exatamente onde God of War 2 parou e, se você não jogou os outros games da série (incluindo Chains of Olympus e Ghost of Sparta) não vai entender nada. Há um breve vídeo que recapitula os fatos, mas não é suficiente para dar todo o contexto a um novo jogador. Isso torna o título pouco recomendável, afinal, como explicar que metade do Olimpo está morto quando o game começa?
Mesmo sabendo tudo que aconteceu antes, ainda considero a história de God of War 3 a mais fraca na trilogia. Vou ser específica: não gosto de como personagens como Hermes e Hercules são apresentados e rapidamente descartados, sem contar o final anticlimático que deixa um gosto ruim na boca.
No entanto, é difícil ficar com raiva de um jogo que é tão bonito. Os gráficos já impressionantes de God of War 3 envelheceram de maneira formidável nos últimos cinco anos e ficaram ainda melhores com texturas atualizadas. As paredes em Olympia brilham mais claras e as sombras em Hades são mais sinistras. Sangue é jorrado para todos os lados com a elegância de uma bailarina. Kratos também está bem melhorado: sua armadura tem finos detalhes e fica bem bonita cheia de sangue. Pode ser estranho dizer que a violência tem certa beleza, mas os gráficos em alta definição conseguem tornar o macabro em algo bonito.
O único tropeço em relação aos visuais foi quando encontrei personagens como Helios e Hephaestus, que, por algum motivo, não receberam a mesma atenção aos detalhes como Kratos. Mesmo com cores e iluminação melhores, suas texturas em baixa resolução os deixam parecendo um pouco... por fora. Eles deixam claro que esse jogo foi feito para um hardware antigo.
Por outro lado, sua origem na geração passada também deixa claro a melhora em relação aos frames. A versão original para PS3 rodava em torno de 30 a 40 quadros por segundo, enquanto a edição remasterizada é muito mais suave. Não são 60 quadros cravados, mas fica bem perto e não decai a níveis baixos.
Tirando essa nova camada de suavidade, as mecânicas de combate de Kratos não mudaram em nada -- ainda bem. As lutas de GoW III representam uma das melhores de sua época e se mantém firmes ainda em 2015. Kratos pode rapidamente mudar entre diversas armas como Hades's Claws e Apollo's Bow com um simples toque no D-Pad ou L2. Combos são facilmente executáveis com simples sequências de botões. Kratos se move de maneira responsiva. As únicas partes um pouco desajeitadas são as sequências de voo, em que você deve desviar e manusear objetos.
A câmera fixa foi o único grande problema que tive. Não é simples lutar contra um par de minotauros enquanto tem um pilar gigante no meio da tela, por exemplo. Também deixei passar alguns baús com itens, pois não há como movimentar a câmera e verificar alguns buracos.
Fiquei feliz em ver que os elementos de plataforma ainda são legais e tive bons momentos usando minhas Blades of Exile para pular em cavernas profundas e explorar. É nesses momentos que é fácil perceber a escala de God of War 3: Kratos não é um homem pequeno e mesmo assim fica diminuto ao lado de enormes estátuas de pedra e construções colossais.
A maioria dos puzzles também se mantém divertidos. São desafiadores, mas não são difíceis ou frustrantes. Algumas fases, como o Palace of Hades, possuem design muito bem pensado, com várias alavancas e dispositivos que impulsionam Kratos no ar. Por outro lado, algumas soluções de certos quebra-cabeças me pareceram desnecessariamente brutais (como usar uma mulher inocente como engrenagem, literalmente, para uma roda), mas temos que lembrar que estamos falando de Kratos -- e essa brutalidade toda é consistente com seu personagem.
God of War 3 Remastered também traz todos os pacotes de conteúdo adicional (incluindo alguns Challenge Modes que tornam o processo de aniquilar inimigos um pouco mais trabalhoso), além de um Modo Foto que permite ao jogador pausar e tirar belas screenshots de Kratos em ação. O único problema é que no meio de apertar diversos botões para os combos é possível chamar o menu do Modo Foto por acidente, interrompendo a ação. A boa notícia é que, devido a isso, tenho umas imagens muito loucas de Kratos rasgando inimigos no meio.
O VEREDICTO
God of War 3 foi um grande marco de sua época e ainda impressiona nos dias de hoje com sua remasterização. Seus gráficos estão mais bonitos do que nunca e uma taxa maior de quadros por segundo deixa tudo mais fluido. A história será confusa para novos jogadores, pois é uma continuação direta de jogos anteriores da franquia, mas o combate emocionante e cenários épicos valem a pena.
Fonte IGN BRASIL